29 agosto 2007

News Release 674 : GOVERNO E TGV - MAIS UM TIRO NO PÉ




Porto [Portugal], 29.08.2007, Semana 34, Quarta-Feira, 10:16 - O jornal de Martim Avillez Figueiredo, ou seja, o Diário Económico, diz hoje em primeira página, que os "Comboios TGV vão custar 600 milhões de Euros", desenvolvendo depois em página interior, num artigo assinado pela jornalista Ana Baptista.

Editamos a seguir e na íntegra, essa mesma informação, segundo o que se nos apresenta, na versão web do mesmo jornal, ou seja:

Comboios TGV vão custar 600 milhões de euros
O Governo compra carruagens para garantir que o TGV fica pronto a tempo.

Ana Baptista

As locomotivas e carruagens a usar nas linhas de alta velocidade em Portugal vão custar cerca de 600 milhões de euros, repartidos por 22 comboios cujas velocidades podem atingir os 350 quilómetros por hora.

O investimento deverá ficar a cargo do Governo, que depois alugará, em regime de ‘leasing’, o material circulante ao futuro operador ou operadores que venham a existir no mercado de passageiros, que será liberalizado em 2010.

O concurso para aquisição de material circulante vai ser lançado em 2009. Alstom, Bombardier e Siemens já se mostraram interessadas. O concurso para operador ferroviário só deverá acontecer em 2010. A explicação para a escolha deste modelo de negócio, no que respeita à compra dos comboios, está ligada ao facto de não ser economicamente viável para o operador ter a seu cargo a exploração e a amortização do material circulante. Uma situação que acontece actualmente com a CP, cuja exploração é deficitária.

Actualmente, os preços de referência para os comboios de alta velocidade na Europa rondam os 22 e os 25 milhões de euros, dependendo das características específicas de cada um. O Governo avançou que pretende comboios que estejam equipados com áreas de negócio, internet, sistemas de audiovisual (aluguer de leitores e de DVD´s) e até lojas.

A nível técnico, os comboios mais recentes das maiores fabricantes – AVG, da Alstom, o Zéfiro, da Bombardier e o Velaro, da Siemens – utilizam o mesmo sistema de tracção distribuída, ou seja, não concentrada na carruagem da frente, mas ao longo de todo o comboio. Estes modelos, ‘upgrades’ dos comboios de alta velocidade que mais vendem na Europa, são os que poderão circular em Portugal a partir de 2013, ano em que está previsto inaugurar a ligação a Madrid.

UE permite vários operadores de passageiros em 2010

O mercado de transporte ferroviário de passageiros deverá estar totalmente liberalizado em 2010, permitindo vários operadores na exploração das linhas. O processo, que partiu da União Europeia, é semelhante ao da liberalização do transporte de mercadorias, que entrou em vigor em 2007 e para o qual já existem três operadores, um deles, a CP. No transporte de passageiros existem actualmente dois operadores, a CP e a Fertagus, que faz a travessia da ponte 25 de Abril.



Sobre esta notícia do Diário Económico, a LUISFER, entende tornar público o seguinte parecer:

Sobre o projecto que a LUISFER fez, sobre o TGV em Portugal e denominado "La Grande Vitesse au Portugal", e que ainda está inédito, fazemos alusão na 3ª parte do mesmo estudo, precisamente a esta matéria, ou seja, qual o tipo e quantidade de unidades deste tipo de material circulante a afectar ao parque, para efectuar os comboios TGV em Portugal. Ao contrário do que muitos pseudo "analistas" já disseram, a LUISFER no projecto que fez, prevê a aquisição de 2 tipos de material circulante e não só um, com características bem diferentes entre si, e para cada tipo, uma relativa pequena série de unidades idênticas, por conseguinte para os 2 tipos, e não como alguns dizem, que seriam precisas inúmeras unidades TGV, pois referimos que o material circulante CP entra na rede da RENFE e os AVE da RENFE (para falar só nas 2 redes) entram na nossa rede Grande Vitesse.

Já há bastante tempo, que está implícita na tortuosa cabeça e errado comportamento mental do Governo, querer inovar pela asneira, nesta matéria tão importante, e a LUISFER, desde o início, que apela à extinção imediata da RAVE, como primeira medida, pelos motivos que já explicamos no passado e também, defendemos, de modo intransigente, aquilo que erradamente, se revela mais uma vez nesta notícia do DE, em que, a pouco e pouco, se quer consolidar uma nova estratégia, de no futuro, o TGV ser explorado em Portugal, por quem não tem legitimidade (o governo dar-lhe-á), para o fazer, por algum mercenário, que não seja a CP, operador natural do TGV em Portugal.

Já sabemos, como alguns se vão levantar contra nós, ao dizer que estamos errados, mas nós dizemos que não estamos, e sabemos porque não estamos, porque pensamos igual ao que pensa e pensaram os governos e responsáveis (e vós não) da SNCF, da RENFE, da DB, ou dos FS, ou seja, o TGV é muito bem sucedido lá fora, e também o será em Portugal, e se ele é explorado pelas redes referidas, porque é que em Portugal, se quer seguir à risca, recomendações, directivas, e depois quase obrigações comunitárias, feitas por azeiteiros e aprendizes de trolha, de à força, liberalizar, aquilo que está bem, no que toca ao tráfego pax na Europa, seja ele com vocação nacional ou internacional. A nossa CP não tem força, mas a RENFE, SNCF, DB, FS e outras, que façam valer a sua força e esmaguem estas erradas estratégias, tidas como de sucesso e de futuro, pois pelo nosso lado, a LUISFER estará a bordo e ao lado desta redes, também em força e não ao lado dos privados, não, nesse comboio não embarcamos. Privados sim, mas noutras guerras, que não estas. Para a LUISFER, é inimaginável, que alguém explore o TGV em Portugal, que não seja, uma única empresa, que se chama, CP Comboios de Portugal. Em Espanha, é a RENFE e muito bem, que também é deficitária, mas Gonzalez, Aznar e Zapatero, não tiveram a estúpida ideia, de entregar a exploração dos AVE, a qualquer máfia constituída e oriunda de interesses obscuros vindos de outros modos de transporte, ou mesmo outro sector. Em França, com uma exploração exemplar e onde tudo começou na Europa, não são cometidos erros destes e a SNCF explora e de que maneira, de modo eficiente o TGV, por isso, nenhum privado faria melhor e assim também o é na Alemanha com a DB, na Itália com os FS, na Bélgica com os NMBS SNCB e por aí adiante.

Portanto, apelamos de forma veemente, Senhor Ministro Engº Mário Lino, e Engª Ana Paula Vitorino, a vossa vocação não está sinalizada para esta realidade e compreensão, sabemos isso, estão a exercer de modo temporário e limitativo em tempo a pasta que ocupam, mas fiquem na história do TGV em Portugal, por terem contribuído para corrigir assimetrias mal traçadas, iniciadas pelo partido da rosa, por esse nefasto Primeiro-Ministro, chamado Guterres (o PS tem que assumir que errou e depois o PSD a seguir, de igual modo, pois não corrigiu) ao criar a RAVE, primeiro grande e grave erro, sobre a implementação do TGV em Portugal, que sempre denunciamos e de que não reconhecemos a sua existência, embora tenhamos que a suportar, porque não temos poder para a extinguir.

Sabemos que seremos perdoados, por tamanha ousadia, mas por que não quer, ou por impossibilidade e incompatibilidade de imagem, o Senhor Presidente da CP, que veio da CP, esteve depois do outro lado (REFER) e agora voltou à CP, é capaz de não ter esta sensibilidade e dar um murro na mesa, e dizer, atenção, nem que me custe o lugar, eu vou-me insurgir contra esta lenta, angustiante tentativa, de tirar a CP, da cabina do TGV, numa estúpida liberalização, que não temos que seguir. Vamos nós, LUISFER, fazer isso mesmo, fazer as suas vezes, como se estivessemos à frente da CP, por isso, já há bastante tempo, que estamos em plena praça pública, com o logo da CP na mão, dizendo que o TGV em Portugal, tem que ser explorado pela CP, o futuro parque de unidades TGV, terá que ser integrado no parque da CP, como o é aquele que hoje existe, que foi adquirido, a expensas estatais, entregue, recepcionado pela CP e feita a manutenção do mesmo, por quem hoje o faz, admitindo aí uma pequena parceria e só durante algum tempo, com a empresa construtora. E não vale, dizer que a CP é deficitária, pois os outros também são, mas não cometeram este erro.

Quanto a mais elementos que esta notícia nos diz, o número de 22 unidades TGV, não desconcerta muito do número que apresentamos no nosso estudo, o preço de cada unidade, também não, não está longe da realidade, também avalizamos que de certeza, serão estes 3 construtores, que crónicamente se apresentam para construir este tipo de material circulante, ou seja a francesa ALSTOM, a canadiana BOMBARDIER e a alemã SIEMENS. Muitos dos nossos amigos, já sabem qual a nossa preferência, mas como é pessoal e está na nossa matriz (ALSTOM, de longe a melhor, e com as melhores soluções), temos a suficiente independência, para não a recomendar duma forma descarada, no estudo que fizemos, ou seja, olhamos para o lado técnico e não, gosto pessoal preferencial, mas que confere, por falta, de melhor, pelo lado da Bombardier e Siemens, esta última, também de qualidade. Aponta-se para unidades tipo VELARO da RENFE, ou seja, com caixas motoras intercaladas na mesma composição, que é uma boa solução, mas ainda somos adeptos da tracção ALSTOM, igual por exemplo aos TGV POS da SNCF, está lá tudo à frente, potência, tracção, dinamismo, velocidade, só aquela caixa é que é levantada, não temos que levantar toda a composição, e a nível de velocidade, Ana Baptista, também está dentro da nossa bitola ao falar da velocidade, pois recomendamos no nosso estudo, o limite de 350 Km/h, sendo os 300 Km/h a velocidade máxima ideal para o nosso país e explicado porquê, no mesmo trabalho que fizemos. Quanto a datas, tudo está muito atrasado, pois como já o dissemos muitas vezes, já deviamos ter (estamos em Agosto de 2007) todo o traçado já definido, construído, com o armamento da via e electrificação concluídos, assim como a CP já devia estar a fazer testes com as primeiras unidades em plena via, acabadas de receber ou com 1/2 ou 1 ano já de parque, mas infelizmente, nada disto é realidade, como previamos e dissemos. Não somos nós que decidimos, mas sabemos porque falamos correcto, nesta matéria, tanto do nosso interesse e que dominamos desde 1981, porque não estamos distraídos e não perdemos o comboio e porque estamos sempre a bordo do TGV da SNCF, por isso mesmo, nada nos escapa à nossa compreensão.

Que pena, sermos (os portugueses) nestas coisas, como em outras, sempre os mesmos incompetentes e inovar sempre pela asneira. E a França, aqui tão perto, é só copiar, como os espanhóis, alemães, italianos e outros fizeram. É tão simples, façam isso. Para os críticos, vejam só e meditem nisto:

Em França temos a SNCF, em Espanha temos a RENFE e em Portugal, temos a CP e muito bem.

Em França temos a RFF, em Espanha temos a ADIF e em Portugal, temos a REFER e muito bem.

Em França, não existe, em Espanha também não existe, mas em Portugal existe, temos a RAVE. Tremendo e grave erro, inovação pela asneira.

Em França, a SNCF explora o TGV, em Espanha, a RENFE explora o AVE e em Portugal, na vez de ser naturalmente, a CP, querem os incompetentes, que seja uma empresa nascida da liberalização, tendo como accionistas, aqueles indesejáveis e gente nefasta, que tão bem conhecemos.

Com este exemplo, que a LUISFER dá, é evidente, evidente, que temos razão. Por amor de Deus, não cometam mais erros, pois é aflitivo perceber e ver isso.

Pobre gente, pobre país, há tanto tempo que não estou convosco, em comunhão de ideias, nesta e noutras. Até o Zé Maria (das Galinhas e do Big Brother), que não percebe nada de TGV's, se tivesse que decidir sobre esta matéria, não cometia estes erros colossais.

Luís Moreira

# # #

««« informação aos leitores »»»
A LUISFER Estudos e Realizações Ferroviárias, é uma organização pessoal privada de Luís Moreira, que tem como objecto, efectuar estudos e realizações ferroviárias, de âmbito nacional ou internacional, sejam eles no caminho-de-ferro puro ou no modelismo à escala. A LUISFER, tem uma experiência acumulada de mais de 30 anos, pois foi fundada em 13 de Agosto de 1976 e tem a sua sede na cidade do Porto, Portugal, e é a mesma LUISFER, sócia ordinária da ADFER, da APAC e membra da CP Entusiastas e do Clube CISALPINO, assim como mantém excelentes relações com todas as organizações ferroviárias e com todos os operadores ferroviários (pax, cargo e infra), nacionais e internacionais.

Contactos
LUISFER Estudos e Realizações Ferroviárias
Departamento de Comunicação e Imagem
Porto, Portugal, Europe
Telefone: [351] 914 665 159
E-mail: luisfer.rail@yahoo.com
Web Page: http://luisfer-rail.blogspot.com

-end-