01 fevereiro 2010

News Release 1478 : Episódio 6 de "O TGV EM PORTUGAL"


Faro [Portugal], 01.02.2010, Semana 06, Segunda-feira, 20:07

Informamos os nossos amigos leitores, que nos próximos dias iremos editar na nossa LUISFERTV o sexto episódio de O TGV EM PORTUGAL, em que o tema principal é o financiamento do TGV no nosso país.


Luís Moreira


News Release 1477 : Viana torna-se no primeiro concelho sem passagens de nível


Faro [Portugal], 01.02.2010, Semana 06, Segunda-feira, 19:45

Paulo Julião, escreveu ontem no site do DN Diário de Notícias, que Viana do Castelo é o primeiro concelho português a não ter passagens de nível. Com cortesia, transcrevemos na íntegra a sua notícia.

Durante este ano, as 24 passagens de nível desaparecem todas, num investimento de 15 milhões da câmara municipal e da Refer. O concelho de Viana do Castelo torna-se no primeiro em Portugal a eliminar atravessamentos da linha férrea do país.

Em 2010 o concelho de Viana do Castelo vai tornar-se no primeiro, atravessado pela rede ferroviária, a eliminar todas as passagens de nível, num total de 24 que existiam, processo em que câmara e a Refer investiram mais de 15 milhões de euros. Desta forma, segundo anunciou o autarca local, José Maria Costa, durante o decorrer de 2010 fica terminado o processo de supressão das passagens de nível, com a construção total de 14 novas passagens desniveladas e o encerramento definitivo ou parcial de uma dezena de atravessamentos.

"Já demos início à construção da passagem superior de Vila de Punhe, já abriu o troço e a passagem inferior de Alvarães, estão em curso as de Areosa, que são as duas últimas em desenvolvimento, e vão arrancar agora as obras de restabelecimento de Carreço para podermos encerrar todas as passagens de nível este ano", apontou José Maria Costa. O cenário final conta com passagens inferiores pedonais no S. Socorro e Igreja, ambas na freguesia da Areosa, para além de passagens inferiores em Carreço e Cabriteira/Afife, a construção de passagens desniveladas em S. Sebastião e Além do Rio (Areosa) que, apesar das obras complexas, o autarca diz que, "no Verão estarão concluídas" e uma inferior em Barroselas.

As fatídicas passagens da Seca/Darque foram das primeiras a concluir, assim como as passagens superiores e inferiores de Mazarefes, e a inferior de Vila Fria. A superior de Vila de Punhe foi aberta à circulação há poucos dias. Esta semana, em reunião de câmara, foi aprovado o protocolo do segundo troço que fará o restabelecimento da passagem inferior de Alvarães, que se tornará numa alternativa viária à EN305, com um custo de perto de 700 mil euros.

A supressão das passagens de nível acontece ao abrigo de um protocolo assinado entre a Refer e a câmara em Junho de 2005. Ao todo, de acordo com a autarquia, estão a ser gastos mais de 15 milhões de euros na construção das 13 passagens desniveladas que permitirão maior segurança para a circulação junto à Linha do Minho. Na altura foi anunciado o objectivo de concluir este processo em 2009, o que acontecerá agora com um ano de atraso, tornando Viana no primeiro concelho sem passagens de nível.

Quanto ao restante País, a previsão passa por eliminar todas as cerca de 1200 passagens de nível existentes. Através do Plano Nacional de Supressão de Passagens de Nível, o número de estruturas ainda a funcionar desceu para metade desde 2002, num investimento que só parte da Refer ultrapassava os 50 milhões de euros.



Luís Moreira


News Release 1476 : Novos comboios para a CP mais baratos do que o previsto


Faro [Portugal], 01.02.2010, Semana 06, Segunda-feira, 19:34

Com cortesia, citamos Carlos Cipriano, que no Público electrónico de hoje, escreve que os 74 novos comboios que a CP vai comprar para modernizar a frota poderão ficar mais baratos do que os 400 milhões previstos como preço de referência, dado que dois dos concorrentes (CAF e Alstom) têm preços inferiores.

A espanhola CAF apresenta propostas que somam 319,2 milhões de euros para as 49 unidades eléctricas e 25 automotoras a diesel, um valor que poderá subir para 379 milhões, se se optar pela adjudicação do material eléctrico à Alstom (239 milhões) e o diesel à CAF (139,5 milhões). Os outros concorrentes, Bombardier e Siemens, propõem preços que totalizam 466,7 milhões e 436,4 milhões de euros.

As propostas foram abertas em Novembro e estão a ser analisadas, devendo seguir-se, até Abril, uma fase de negociações entre os três melhores concorrentes.

Uma fonte oficial da CAF disse ao PÚBLICO que os preços baixos foram uma estratégia assumida para "surpreender a CP" e representam uma aposta daquela empresa basca em regressar ao mercado português. Na década de noventa, a CAF já tinha participado com a Alstom na produção dos comboios de dois pisos que circulam na Azambuja (CP) e na Ponte 25 de Abril (Fertagus). O grosso do fabrico foi feito em Beasain (País Basco) e a montagem das composições na antiga Sorefame, na Amadora. O comboio agora apresentado é idêntico ao dos suburbanos de Madrid.

Neste concurso, a CP espera afectar as 49 composições eléctricas ao serviço suburbano (36 das quais na Linha de Cascais) e as 25 automotoras a diesel para as linhas regionais. Até lá, e porque a transportadora se debate com falta de material circulante em bom estado, pondera alugar a Espanha comboios para o serviço regional.

Em contrapartida, Portugal tem vindo a exportar material usado para a Argentina, tendo a CP negociado a reabilitação de automotoras, locomotivas e carruagens em Portugal, a cargo da sua empresa de manutenção EMEF. Esta operação contribuiu para a transportadora se desfazer de material excedentário, mas ficou com um reduzido parque de carruagens para corresponder a picos de procura ou à realização de comboios charter. Ficou ainda sem locomotivas diesel da série 1900 em número suficiente para substituir as que se têm avariado.

A indústria ferroviária tem dado mostras de algum dinamismo nos últimos dias, com a adjudicação dos caminhos-de-ferro russos à Siemens de 54 comboios regionais para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, um negócio de 580 milhões de euros que prevê o fornecimento de 38 unidades Desiro construídas na Alemanha, a que se seguirão outras 16 fabricadas na Rússia. O Desiro é também o comboio que a multinacional alemã apresentou ao concurso da CP. Na Rússia, cada unidade custou 7,59 milhões de euros e para o concurso português as propostas rondaram os 5,9 milhões.

Por seu turno, a Alstom anunciou que recebeu uma encomenda de 130 milhões de euros para fornecer 19 comboios regionais à SNCF, numa operação que será financiada pelas regiões francesas.


Luís Moreira


News Release 1475 : Monopólio no sector ferroviário traduz-se em falta de eficácia


Faro [Portugal], 01.02.2010, Semana 06, Segunda-feira, 19:23

Com cortesia, editamos na íntegra notícia de Nuno Miguel Ropio, editada hoje no site do JN Jornal de Notícias, que argumenta sobre o monopólio no sector ferroviário em Portugal.

Estudo aponta necessidade regulador activo e que incentive produtividade.

Tudo sob controlo estatal: a Refer, a CP e o IMTT, organismo regulador do sector ferroviário. Este é um dos factores que ditam uma ferrovia menos eficiente e sustentável em Portugal, segundo um estudo publicado na revista internacional de economia 'Utilities Policy'.

Portugal necessita de um regulador do sistema ferroviário mais activo e independente, que incentive a ganhos de produtividade os agentes públicos do sector - a Rede Ferroviária Nacional (Refer) e a Comboios de Portugal (CP) e combata o cenário de ineficiência da ferrovia que não se alterou com o extinto Instituto Nacional Transporte Ferroviário, substituído pelo regulador generalista Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT).

Esta é uma das principais conclusões do estudo "Reforma e regulação do sector ferroviário português. O que falhou?", publicado, em inglês, na 'Utilities Policy', uma revista internacional especializada em economia e transportes urbanos . Da autoria de três investigadores portugueses, Jorge Miguel Santos, Ana Furtado e Rui Cunha Marques, o trabalho aponta ainda a debilidade económica-financeira da Refer e CP, que as coloca sobreviventes de verbas estatais.

"O Estado intervém em todos os 'players' do sector, provocando um enviesamento do mercado", explicou, ao JN, Jorge Miguel Santos, do Centro de Sistemas Urbanos e Regionais, da Universidade Técnica de Lisboa. "As regras de cálculo das tarifas de utilização da infra-estrutura são definidas pelo regulador [IMTT], que é o Estado. E o Estado não levará a Refer a subir as tarifas, prejudicando a CP e, eventualmente, a competitividade do sector ferroviário. Porque o Estado financia ambos", acrescenta aquele engenheiro.

Segundo o estudo, a Refer perdeu produtividade, agravou a sua condição financeira, aumentando o endividamento. Jorge Miguel Santos salienta que a concorrência nos serviços de transporte é reduzida. Apenas a Fertagus, em regime de concessão da travessia do Tejo, e a Takargo, no transporte de mercadorias, conseguiram romper o predomínio da CP.


Noutro aspecto, o mesmo jornalista, refere que o Governo prepara-se para levar a Conselho de Ministros projecto-lei que irá liberalizar transporte internacional ferroviário de passageiros. CP perderá controlo de tal serviço nas linhas nacionais

O mercado do transporte ferroviário internacional de passageiros irá ser liberalizado pelo Governo, permitindo que a ferrovia nacional passe a ser usada por operadores estrangeiros que queiram garantir aquele serviço que, até agora, se mantinha monopólio da CP.

Apanhar um comboio no Porto com destino a Vigo (Espanha) ou optar pela ligação Lisboa - Paris (França), pelo actual percurso do Sud-Expresso, passará a poder ser possível através de operadores estrangeiros e não pela CP, a empresa ferroviária estatal que garante, neste momento, aqueles dois serviços. O Governo irá transpor as directivas comunitárias que estabelecem a liberalização do sector do transporte internacional de passageiros e estabelecem os regulamentos sobre as obrigações e direitos do serviço.

Ditando o fim de um dos últimos monopólios da CP, o projecto-lei que chegará a reunião do próximo Conselho de Ministros coloca Portugal no grupo de países da União Europeia (UE) que cumpre à risca a data limite de transposição, para legislação nacional, das linhas orientadoras do terceiro e último dos Pacotes Ferroviários (conjunto de directivas que visam a reforma do sector).

Transbordo nacional proibido

Com a liberalização, espera-se que as tarifas cobradas diminuam com a concorrência e qualquer linha da ferrovia nacional [ler infografia ao lado] possa ser utilizada por um operador internacional, desde que cumpra uma das regras básicas da directiva: não fazer transbordo em território nacional.

Ou seja, uma transportadora ferroviária internacional pode estabelecer ligação com uma estação terminal em Portugal, parando em várias outras estações lusas, deixando os passageiros. Todavia, não pode receber passageiros que não se desloquem para uma cidade além da fronteira.

Exemplo: um passageiro oriundo de Paris sairá em qualquer estação portuguesa, mas não o pode fazer em solo francês. Por outro lado, qualquer português entrará na mesma composição em qualquer ponto das linhas da Refer, mas não pode desembarcar em território nacional. Razão? Significaria concorrência ao serviço da CP na área do transporte nacional de passageiros, área em que manterá o monopólio. Apesar de não existir consenso a nível europeu para a liberalização no transporte interno - a França recusa-se a ter vários operadores nacionais de passageiros no seu território -, Portugal conta com legislação no sentido de concessionar determinadas ligações. Cenário que já acontece com a concessão da Fertagus (ligações no corredor Lisboa - Setúbal).

Aliás, Portugal foi dos primeiros países a reformular a sua ferrovia, em 1997, quando separou a gestora da infra-estrutura, a Refer, da utilizadora da mesma, a CP, e criou um regulador - o ex-Instituto Nacional Transporte Ferroviário, substituído pelo actual Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres. Muito antes de surgir o primeiro Pacote Ferroviário, em 2001.



Luís Moreira


News Release 1474 : Alfa e Intercidades cresceram 5% em Janeiro


Faro [Portugal], 01.02.2010, Semana 06, Segunda-feira, 19:12

Alexandra Noronha do Jornal de Negócios, diz no Negócios online e citando, que os comboios Alfa e Intercidades registaram um crescimento médio de cerca de 5% em Janeiro face a igual período de 2009. Segundo adiantou a CP em comunicado, todas as ligações, com excepção de Évora e Beja, subiram em número de passageiros.

“Foram realizadas mais de 387 mil viagens neste comboios, representando um acréscimo de 17.800 viagens face a Janeiro de 2009. O maior crescimento regista-se no serviço Intercidades Lisboa-Guarda, com cerca de 44.600 passageiros transportados e um crescimento homólogo de 8,4%”, segundo a operadora liderada por Cardoso dos Reis. Paralelamente, o Intercidades Lisboa-Faro subiu 7,9% (25.500 viagens) e a ligação da capital a Guimarães aumentou 7,2% (mais 27 mil passageiros).

O serviço Alfa Pendular cresceu globalmente 3,9% (135.800 passageiros em Janeiro), com a ligação Porto-Faro a subir 5,1%, com 33.700 viagens.

O serviço de longo curso da CP é o único, das operações da transportadora, que não dá prejuízo.


Luís Moreira


News Release 1473 : Flecha de Prata - III Série - Nº 3


Faro [Portugal], 01.02.2010, Semana 06, Segunda-feira, 15:13

Na News Release 1463, por via da Fertagus e do seu 10º aniversário, fizemos referência à revista do CEC Clube de Entusiastas do Caminho de Ferro, simpática associação de amigos dos comboios lisboeta que bem conhecemos, e que lançou no último sábado o seu último número da revista Flecha de Prata.

Nesse sentido, recebemos nos nossos serviços 1 exemplar da referida publicação por parte da Fertagus, que agradecemos, pelo que editamos com cortesia a referida capa e ainda o sumário da mesma publicação.



- O 20º aniversário do CEC comemorado no Porto
- Apresentação do numéro dois da "Flecha de Prata" no Museu da Carris
- Digressão Ferroviária/Cultural a Caldas da Rainha
- Os 50 anos do Metropolitano de Lisboa
- Ramal Puerto Deseado a Colonia Las Heras na Argentina
- "Aconteceu no Oeste" de Sérgio Leone
- A importância dos ramais alentejanos da região de Évora
- Domingos Salvado - 50 anos de ferroviário
- 10 anos a cumprir os objectivos e a bem servir os clientes / Entrevista a Cristina Dourado - Administradora-Delega da Fertagus
- Os 120 anos da Linha Ferroviária Lisboa - Cascais
- Os Caminhos de Ferro e as Operações Militares
- ATravessei a Europa de comboio... e gostei!
- O TGV e algo mais


Luís Moreira


News Release 1472 : Estudo encomendado pelo Ministério das Finanças coloca reservas a TGV


Faro [Portugal], 01.02.2010, Semana 06, Segunda-feira, 11:06

Editamos com cortesia, texto da notícia de Nuno Guedes publicado no site electrónico da TSF, que noticia mais uma incongruência sobre o tão malfadado TGV.

O estudo conclui que, para além de aumentar o endividamento público, o investimento nas linhas de TGV entre Lisboa e Porto e Porto Vigo terão pouca capacidade de retorno.
O Ministério das Finanças pediu a um professor da Universidade do Minho para avaliar as grandes obras públicas projectadas pelo Governo, tendo este chegado à conclusão de que as linhas de TGV Lisboa-Porto e Porto-Vigo representam um peso importante no aumento da despesa.




Estas duas linhas de alta velocidade aumentam as importações e fazem crescer o endividamento externo.

Os elevados custos de investimento vão também inflacionar a dívida pública durante muito tempo. Na ligação Lisboa-Porto, o retorno do investimento só chegará a longo prazo e a linha com ligação a Vigo poderá mesmo causar prejuízo.

O estudo publicado pelo Ministério das Finanças define vários critérios para avaliar os investimentos públicos e sublinha as enormes diferenças entre o retorno previsto para as três linhas de TGV.

Dos três troços de alta velocidade, Lisboa-Madrid é o único que pode ser claramente rentável para o Estado. Os prós-e-contras de outras obras públicas também são avaliados, tal como o investimento em escolas e equipamentos de Saúde.

As conclusões sublinham que as estradas vão ajudar a aumentar o emprego no curto prazo, mas assinalam que a rodovia tem um impacto marginal na competitividade do país. De acordo com os especialistas, as barragens e o novo aeroporto de Lisboa são os melhores investimentos para estimular o crescimento da economia a longo prazo.


Sobre esta matéria desejamos referir que não damos qualquer valor a este estudo, feito por um professor da Universidade do Minho, entidade esta, que para nós não representa uma mais-valia a nível do conhecimento ferroviário e que além disso, não respeita a dignidade das pessoas. Sobre este "estudo", devemos dizer que se a conclusão que se tira do referido trabalho, se resume a isto, então está tudo ao contrário, porque, quanto a custos, eles hoje são elevados por culpa do governo, que arrastou este projecto durante anos e anos, por isso, cada "dia" que passa, mais caro fica. Se aliás, o projecto fosse pensado e executado conforme nós pensamos e estamos cansados de o dizer, nada disto acontecia ou era falado. Portanto, não temos pena do Ministério das Finanças que agora pense assim, porque sempre governo. Por outro lado e focando então o essencial, a LGV entre aquém e Lisboa e depois até Vigo e além, (e não Lisboa a Porto e depois Porto a Vigo, como se fossem duas linhas, enfim mais uma estupidez, nunca corrigida pela RAVE, media e pessoas em geral, estas últimas sem culpa, porque não informadas), não terá os problemas a nivel de retorno a médio prazo, porque terá o tráfego suficiente e recomendado para uma LGV, mesmo avaliando pelo padrão duma LGV da RFF ou NBS da DB. Quanto a Lisboa e Madrid, aí sim, será necessário uma mais-valia associada a fim de lhe dar tráfego, o mesmo se aplicando à ligação entre (Aveiro) e Salamanca.

Créditos: Pela foto, agradecimento à Wikipédia. For photo, thanks to Wikipedia.


Luís Moreira