29 agosto 2010

News Release 2206 : Via estreita em Portugal


Faro [Portugal], 29.08.2010, Semana 34, domingo, 09:13

Já nos referimos à problemática da via estreita em Portugal, no passado e por várias vezes. De vez em quando recebemos pedidos, seja por e-mail ou pessoalmente, no sentido da LUISFER Estudos e Realizações Ferroviárias, chamar à atenção para o caso da Linha do Tua e Corgo/Tâmega, através da sua opinião, considerada pelos mesmos como importante e noutros casos decisiva.

Tirando estas considerações gramaticais de importância e relevo, a LUISFER deseja referir que nunca foi alheia à situação cada vez mais precária da via estreita em Portugal, que na nossa opinião, não deve ser vista como uma rede isolada, mas sim complementar e associada à via larga, onde começa, termina e poderia entroncar.

Já terminamos há cerca de 3 anos, um projeto para toda a via estreita em Portugal, nessa tal perspectiva de inserção e complementaridade com a via larga, especialmente na ainda existente, com as Linhas do Douro e Norte, e numa visão mais abrangente e futurista, com outra Linha importante do norte do país.

Porque não temos ilusões, sabemos que à luz do pensamento dos nossos políticos é inviável que este nosso projeto possa ser aplicado, pelo que, não esmorecemos e sabemos que ele poderá ser realidade, infelizmente com outros protagonistas.

Sabemos que quanto mais tempo passa, mais será complicada a sua execução e os seus custos, acompanham essa subida, mas mesmo que o Estado via REFER, faça aquilo que prometeu na situação atual de aperto financeiro, para estas linhas já referidas, ou seja, o Tâmega, Corgo e Tua, ficará a anos-luz daquilo que pensamos poderia ser feito (porque a CP vê a via estreita, como filha menor) e só não é porque não queremos, nem tivemos cabeça para fazer e pensar anos atrás e agora poder apreciar aquilo que foi pensado e que poderia perfeitamente ser realidade no norte/centro do nosso país. Poderemos ser nós a fazê-lo, e porque não!!!

Para terminar, gostariamos também de afirmar, pela leitura que tivemos oportunidade de fazer via blogue do nosso amigo Luís Miguel, ou seja, via "Cantinho dos Comboios", sobre o episódio Expresso/Douro/barragens e constatar mais uma vez, e já o dissemos muitas vezes, que os nossos jornalistas press/radio ou tv, são completamente ignorantes em matéria de caminho de ferro e não gostam de ser corrigidos, pois já tivemos essa experiência mais que uma vez. O que é pena, é que falam, explicam e pensam errado e isso muitas vezes, fica na memória de quem lê e de quem não conhece a realidade ferroviária e fica a pensar que é assim, quando não é. Realmente, na referência que o Expresso faz do Douro antes das barragens, toda a sua argumentação e imagens usadas sem o mínimo cuidado de as identificar com o tempo referido (anos 50/século XX), constituem um trabalho medíocre, para não referir muito mau.

São todas estas apreciações, mascaradas com considerações políticas mal disfarçadas e sendo associadas a regiões (Douro) ou linhas (por exemplo Tua), que muito contribuiram para a decadência do transporte ferroviário daquela zona, que poderia hoje ser muito melhor explorado do que é, e isso, já é culpa de outros protagonistas, que o quiseram ser, sem terem vocação para isso.

Portanto, a LUISFER não ignora o que se passa na região norte do país em termos ferroviários e na via estreita, pese embora estejamos desterrados no Algarve, pois sempre acompanhamos e estamos cientes de tudo o que se passa (por exemplo, petição sobre Linha do Douro Caíde/Marco, para aderirmos e assinar a mesma), e na altura certa, fazemos ouvir a nossa voz, como hoje acontece através da edição desta News Release.


Luís Moreira