28 julho 2009

News Release 892 : OBRAS ATÉ 2012 VÃO CUSTAR € 153 MILHÕES



Olhão [Portugal], 28.07.2009, Semana 31, Terça-feira, 10:12 - Num artigo da jornalista Lídia Barata, publicado na imprensa regional, mais rigorosamente no Reconquista (de Castelo Branco), na edição de 23 de Julho, a citada jornalista argumenta sobre as obras de modernização da Linha da Beira Baixa.

Por ser de interesse, para o conhecimento dos nossos amigos leitores, editamos com cortesia e na íntegra, o referido artigo jornalístico e que reza assim:

A modernização da Linha da Beira Baixa implica um investimento, total, de 354,5 milhões de euros, a realizar até 2012 só no distrito de Castelo Branco

Renovação da via, electrificação, remodelação de estações e apeadeiros, supressão de passagens de nível, reforço de taludes e obras de arte e introdução de novos sistemas de sinalização e telecomando são as acções integradas no plano de modernização da Linha da Beira Baixa que, até 2012, requer um investimento de 354,5 milhões de euros.

Com uma extensão total de 239,8 quilómetros (entre o Entroncamento e a Guarda), a modernização da Linha da Beira Baixa, de acordo com a secretaria de Estado dos Transportes, tem vindo a ser desenvolvida de forma faseada.

Recorde-se que o troço electrificado “Mouriscas A/Castelo Branco” foi inaugurado em 2005, depois de concluída a primeira fase do projecto, encontrando-se actualmente em curso a segunda fase, ou seja, a que até 2012 vai concluir este processo de modernização da Linha da Beira Baixa até à Guarda, incluindo a concordância desta com a Linha da Beira Alta.

De acordo com as Orientações Estratégicas para o Sector Ferroviário, “a Linha da Beira Baixa faz parte integrante da Rede Complementar, com função de fecho de malha e de ligação à Rede Principal, cobrindo territórios de escalões secundários de procura”.

O distrito de Castelo Branco abrange uma extensão de 151.6 quilómetros da Linha da Beira Baixa, integrando 23 estações e apeadeiros, entre Barca da Amieira (Envendos) e Maçainhas (Belmonte). Existem ainda 47 passagens de nível, das quais 41 são públicas.

Nos últimos cinco anos, refira-se, registaram-se nas passagens de nível do distrito 14 acidentes, de que resultaram quatro mortos, quatro feridos graves e dois feridos ligeiros.

Assim, o processo de modernização da Linha prevê igualmente a supressão e reclassificação destas passagens, “com vista à redução do índice de sinistralidade”. Desde o início de 2005 foi feita a supressão de 10 passagens de nível e a reclassificação de 11. Até ao final de 2012 prevê-se que se suprimam no distrito mais 38 passagens de nível e se reclassifiquem duas.



O que está feito

Até à data, está concluída a primeira fase do troço “Mouriscas A/Castelo Branco”, inaugurado em 2005 e cujas intervenções de modernização e electrificação custaram 92,3 milhões de euros.

No troço Castelo Branco/Covilhã foram também já realizadas intervenções de renovação da via, remodelação de estações e supressão de passagens de nível, com especial incidência entre Vale de Prazeres e Covilhã, no valor global de 40,8 milhões de euros.

O que está a decorrer

A decorrer desde 20 de Junho de 2008 está a empreitada de concepção/construção da Subestação de Fatela/Penamacor, adjudicada à Siemens, SA, pelo valor de três milhões e 870 mil euros. Com uma potência de 20 MVA, a ser alimentada por duas linhas da REN de 220KV, assegurará o fornecimento de energia às novas instalações de catenária a construir no âmbito dos projectos de modernização dos troços Castelo Branco/Covilhã e Covilhã/Guarda. Entre obra e fiscalização, o valor total desta intervenção será de 4,2 milhões de euros.

Tendo em vista a supressão da passagem de nível ao quilómetro 91,640 (troço Mouriscas A/Castelo Branco), vai ser construída no local uma passagem inferior para peões, que foi adjudicada à Conduril – Construtora Duriense, SA, pelo valor de 478.240 euros, e a fiscalização à EFS – Engenharia, Fiscalização e Serviços, Lda, pelo valor de 48.568 euros.

O Consórcio Somafel – Engenharia e Obras Ferroviárias, SA/OFM – Obras Públicas e Marítimas, SA, vai fazer a renovação integral da via no troço Covilhã/Guarda (entre os quilómetros 178,4 e 188,5), pelo valor de 4.798.616 euros. Neste âmbito vai ser feito “o levantamento da super-estrutura da via existente, o assentamento de novo armamento em carril 60 E1, a construção de maciços de catenária, a melhoria das condições de drenagem da plataforma, o prolongamento e o aumento da altura das plataformas de passageiros da estação de Belmonte e do apeadeiro de Caria”. Com a fiscalização, o custo total da obra será 7,9 milhões de euros.

Com uma extensão aproximada de 38 quilómetros, abrangendo Castelo Branco e Fundão, a modernização do troço Castelo Branco/Vale de Prazeres está a ser feita pelo Consórcio Ramalho Rosa Cobetar/Conduril/Convensa/EIP, pelo valor de 26 milhões e 346 mil euros, custando a fiscalização 1.495.600 euros.

O que falta fazer

O troço Mouriscas A/Castelo Branco vai ser alvo de uma segunda fase de intervenção, pois nele serão ainda suprimidas passagens de nível, mas será também feita “a renovação integral da via, melhoria das condições de drenagem e beneficiação da super-estrutura de via das estações de Sarnadas, ramal da Patrimart, Belver, Barca da Amieira e Castelo Branco, para efeito da motorização das agulhas”, obras no valor global estimado de 27 milhões de euros.

A empreitada de construção da passagem superior rodoviária ao quilómetro 63+472, em Vila Velha de Ródão, foi adjudicada ao Consórcio Ramalho Rosa Cobetar/Conduril/Convensa/EIP, pelo valor de 1.446.654 euros.

Também na calha está o troço Vale de Prazeres/Covilhã, com uma extensão aproximada de 33 quilómetros, uma empreitada adjudicada à OPWAY Engenharia, SA, pelo valor de 26.970.069 euros. A fiscalização fica a cargo da Cinclus – Planeamento e Gestão de Projectos, SA, pelo valor de 1.798.960 euros. Além disto, “em resultado da parceria estabelecida com a Câmara Municipal do Fundão, para a supressão da totalidade das passagens de nível situadas na sua área urbana, a REFER incluiu na empreitada geral de modernização deste troço a construção das passagens desniveladas e dos respectivos restabelecimentos de acesso, enquanto o Município promoverá a construção da designada Circular Urbana do Fundão e do Interface Rodo-Ferroviário”, cujo investimento, na ordem dos 13,7 milhões de euros, será repartido pelas duas entidades. Com a conclusão destas obras serão encerradas nove passagens de nível. O investimento total das obras a realizar neste troço é de 46,8 milhões.

Finalmente, a modernização do troço Covilhã/Guarda, com uma extensão de 46 quilómetros, manterá o actual traçado, com eventuais correcções de modo a garantir velocidades de circulação entre os 80 e os 90 quilómetros por hora, para comboios convencionais, e de 100 quilómetros por hora, para pendulares.

Luís Moreira