19 janeiro 2010

News Release 1446 : Futuro da linha ferroviária do Algarve está nas mãos de Lisboa


Faro [Portugal], 19.01.2010, Semana 04, Terça-feira, 13:20

Com cortesia, editamos na íntegra a notícia de Filipe Antunes, editada hoje na página electrónica do jornal Barlavento e que se refere à Linha do Algarve e ao seu futuro.

O relatório preliminar do estudo para a mobilidade e remodelação da linha ferroviária do Algarve já foi entregue no Ministério das Obras Públicas Transportes e Comunicações (MOPTC) no passado mês de Outubro, durante o mandato da ex-secretária de Estado dos Transportes Ana Paulo Vitorino, mas a decisão ainda não é conhecida.

A informação foi dada pelo próprio Ministério, na sequência de um requerimento apresentado pelo deputado comunista José Soeiro, que questionava a tutela sobre o programa de investimentos programado para o caminho-de-ferro do Algarve.

Apesar de o relatório preliminar, de onde deverá sair uma decisão sobre o futuro do transporte público no Algarve, estar em análise, a resposta não convenceu o parlamentar, que já fez seguir para o MOPTC novo pedido a exigir uma cópia do documento.

Contactada pelo «barlavento», fonte da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve disse não ter sido, até agora, informada de qualquer decisão do Governo – apesar de ter estado envolvida nos estudos –, remetendo quaisquer esclarecimentos para a tutela.



Apesar disso, a mesma fonte confirma que os estudos sobre o sistema de mobilidade da região iniciaram-se em 2003, altura em que começou a ser preparada a revisão do Plano Regional de Ordenamento do Território (PROT), documento onde se deixavam sugestões e propostas para tornar a ferrovia do Algarve mais eficaz e atractiva.

Independentemente das incertezas, até 2011 a Rede Ferroviária Nacional (REFER) vai investir 30 milhões de euros na remodelação da linha do Algarve.

Apesar do avultado investimento, os trabalhos são apenas de manutenção e não têm nada a ver com a modernização das velhas composições ferroviárias (responsabilidade da CP), muitas delas vandalizadas ou não aptas a pessoas com mobilidade reduzida.

Neste contexto, no troço Faro/Vila Real de Santo António, até 2011, a REFER prevê a substituição de mais 21 quilómetros de travessas e 44 de carril, dando depois por concluída a renovação deste troço do Sotavento, especialmente utilizado por passageiros oriundos Faro, Olhão e Tavira.

Já no troço Tunes/Lagos decorrem acções semelhantes, estando já terminada a substituição de travessas em 25,8 quilómetros. Os restantes trabalhos serão executados durante os próximos dois anos e incluem a renovação de 17 quilómetros de travessas e 43 de carril.

Do plano de actividades da REFER para a ferrovia algarvia, para os próximos cinco anos, estão também destinados 40 milhões de euros para a substituição da sinalização mecânica por sinalização electrónica no troço Olhão/Vila Real de Santo António, «de forma a introduzir maior racionalidade na exploração», diz a empresa pública. Outra parte desta verba será aplicada em intervenções em estações, no reforço de obras de arte e em trabalhos de geotecnia.

Como o «barlavento» constatou no local, em determinadas localidades da freguesia de Vila Nova de Cacela (Vila Real de Santo António) existem ainda passagens de nível sem guarda nem sinalização mecânica, muitas delas sem iluminação. Uma dessas situações ocorre na localidade de Fonte Santa, onde residem dezenas de pessoas.

Por ano, a linha do Algarve transporta 1,9 milhões de passageiros mas, segundo a CP, tem anualmente cerca de cinco milhões de euros de prejuízo, uma vez que a deficiente articulação com outros meios de transporte tem impedido o seu crescimento.



Luís Moreira


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