25 março 2010

News Release 1742 : EDP propõe barco à linha do Tua, autarca quer comboio ou 3% dos lucros das barragens


Faro [Portugal], 25.03.2010, Semana 13, quinta-feira, 13:12

Com cortesia, editamos na íntegra, notícia do jornal OJE, publicada ontem na sua página electrónica, com informação ferroviária relevante.

A EDP propõe viagens de barco como alternativa de transporte ao troço da linha do Tua que ficará submerso pela barragem de Foz Tua, uma solução contestada hoje pelo autarca de Mirandela que insiste na manutenção da ferrovia.

José Silvano disse hoje à Lusa que vai fazer chegar os seus argumentos contra a proposta à comissão de acompanhamento do processo da barragem, até 21 de Abril, o prazo estipulado para a autarquia e outros interessados se pronunciarem sobre esta matéria.

Silvano continua a defender a linha do Tua e só concebe uma alternativa caso seja impossível impedir o enchimento da barragem: que a EDP reparta os lucros com a região.

O autarca reclama "3% dos resultados da produção de energia nas barragens de Trás-os-Montes" o que, segundo as contas que faz, daria o equivalente a 180 milhões de euros por ano para os transmontanos.

Estas verbas seriam destinadas a um fundo que, para Silvano, "daria um grande desenvolvimento à região".

Permitiria, por exemplo, aos municípios acederem a fundos comunitários que agora não podem aproveitar por não disporem de verbas para a parte financeira que têm de suportar nos projectos comparticipados pela União Europeia.

O autarca social democrata considera que "a barragem cheia, mesmo com o barco, vai acabar com o grande potencial turístico do vale do Tua, reduzir drasticamente a procura do local e cortar a ligação da linha do Tua à Linha do Douro e ao litoral".

Em causa está o estudo de alternativas de transporte às populações servidas pela linha do Tua, imposto pela Declaração de Impacte Ambiental (DIA) emitida há quase ano um ano, que aprova a construção d a barragem "fortemente condicionada".

Uma das imposições é o estudo das alternativas de transporte, incluindo a alternativa ferroviária, que a EDP afastou de imediato pela relação custo/benefício.

Em Janeiro, o administrador da empresa, Manso Neto, confirmou que a EDP já tinha concluído e entregue o referido estudo, mas sem revelar as soluções propostas.

Lembrou apenas o que o presidente da empresa, António Mexia, tem reiterado sobre o assunto:"a EDP está aberta a todas as a alternativas possíveis desde que mantenham o equilíbrio económico-financeiro da construção".

A Câmara de Mirandela tomou agora conhecimento das propostas e discorda da alternativa de barco desde o Tua até à estação da Brunheda, nos cerca de 16 quilómetros que a barragem vai submergir dos 60 que restam de caminho de ferro no Nordeste Transmontano.

Os quatro quilómetros junto à foz do Tua estão já desactivados para os trabalhos de prospecção e a linha continua suspensa de uma decisão da barragem.

Há mais de um ano e meio, desde o acidente de Agosto de 2008, que a circulação está suspensa, à espera da hidroeléctrica, que foi entretanto aprovada.

Até Maio, a EDP deve concluir os estudos e programadas as acções para a conformidade do projecto de execução com a DIA.



Paulo Almeida



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