05 novembro 2009

News Release 1200 : Alentejanos contra projecto da REFER



Faro [Portugal], 05.11.2009, Semana 45, Quinta-feira, 12:50

A página da web "Alentejo Magazine", publicou uma notícia no passado dia 2 deste mês, em que relata a contestação de várias entidades alentejanas, em relação ao projecto da REFER, para o novo traçado da linha de mercadorias para Sines. Com cortesia, editamos por ser importante, a referida notícia.

Comissão vai pedir audiência ao novo Ministro das Obras Públicas

A Comissão que integra as Câmaras Municipais de Santiago do Cacém, Grândola e Beja, o Núcleo Regional do Litoral Alentejano da Quercus e ainda a Associação Protectora do Montado Contra a Ferrovia Relvas Verdes – Grândola Norte vai pedir uma audiência ao novo Ministro das Obras Públicas para o sensibilizar para a necessidade de ser encontrada uma alternativa à ligação ferroviária de transporte de mercadorias Sines-Grândola, proposta pela REFER.

O anúncio foi feito pelo Presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Vítor Proença depois de uma reunião que decorreu hoje (28 de Outubro), na Sala de Sessões do Município, onde foi apresentada a alguns responsáveis da REFER uma alternativa à ligação ferroviária de transporte de mercadorias Sines – Grândola, elaborada pela equipa do Professor Costa Lobo, do Instituto Superior Técnico.

Uma alternativa que a equipa do Instituto Superior Técnico considera que irá causar “impactos ambientais muito menos gravosos” e reduzir “os custos da obra”.

Vítor Proença disse no final do encontro que “a solução da REFER conduz à destruição de cerca de 7 mil sobreiros, vai passar a 250 metros do Hospital do Litoral alentejano, vai condicionar o Badoca Safari Park, vai destruir propriedades e os recursos das pessoas e do ponto de vista das receitas vai penalizar o Litoral que é uma zona de excelência ambiental e turística e ter uma linha de ferrovia a passar entre a cidade de Santo André e de Santiago é um entrave à atracção turística”.

A REFER alega que esta alternativa é mais cara. No entanto o Presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém questiona qual será o custo da perda para a região de menos visitantes.
“Não é serio querer vender este corredor que a REFER fez quase de forma escondida”, disse ainda Vítor Proença.

Do encontro saiu a disponibilidade do Director de construção da REFER de sensibilizar a administração para a necessidade de serem apreciadas outras alternativas.

Aproveitar o ramal de Ermidas a partir de Sines, que já existe é a solução.

“Seria conveniente estudar, como alternativa, uma solução de ligação Sines/Ermidas-Sado, através da Serra de Grândola/Cercal, a qual, previsivelmente, causaria impactes ambientais muito menos gravosos”, defende o estudo do Instituto Superior Técnico (IST) que estima que “o aproveitamento do actual espaço-canal da Linha do Sul” tem “menor extensão” e “menores custos de minimização de impactes ambientais e urbanísticos”, o que pode levar à “redução de custos” face à proposta da REFER.

A proposta da equipa, liderada pelo professor Costa Lobo, prevê um valor de obra de cerca de 100 milhões de euros, ou seja, menos 70 milhões do que “o custo estimado pela REFER (Rede Ferroviária Nacional)”.

A equipa do IST critica ainda a proposta da REFER, que considera representar um atentado “ao princípio da solidariedade regional”, um “atentado urbanístico” e “ecológico”, por “quebrar o ecossistema que vai da Serra de Grândola até à faixa costeira lagunar”, destruindo ainda “pinhal e montado”.


Luís Moreira


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