30 novembro 2009

News Release 1292 : Utentes "despedem-se' da linha


Faro [Portugal], 30.11.2009, Semana 49, Segunda-feira, 17:21

A versão electrónica do DN de hoje, edita a notícia que, com cortesia, abaixo editamos na íntegra e que se refere ao fecho do Ramal da Lousã, para se dar início às obras de construção do metro ligeiro de superfície do Mondego.

Utentes do ramal ferroviário da Lousã, que fecha para obras quarta-feira no troço Serpins-Miranda, cumpriram hoje a derradeira viagem neste segmento, sendo unânimes a prever atrasos com o transporte alternativo em autocarros.

As obras para pôr a circular na linha ferroviária da Lousã (Serpins-Coimbra) um metro ligeiro de superfície de tipo "tram train" arrancam quarta-feira no troço entre Serpins e Miranda do Corvo.

O fecho definitivo da linha centenária ocorre em Janeiro próximo e, a partir de quarta-feira, a sociedade Metro Mondego disponibiliza carreiras de autocarros, cujos horários têm estado a ser distribuídos aos utentes nos comboios e nas estações.

Vários passageiros residentes na Lousã, que viajam habitualmente no ramal, manifestaram-se, hoje de manhã, preocupados com o transporte rodoviário, que entendem não garantir pontualidade, e antecipam transtornos na chegada ao trabalho em Coimbra.

Outro receio expresso por alguns dos utentes, que fizeram hoje a última viagem completa no ramal, é que o projecto, que prevê a reabertura da circulação em Outubro de 2011, acabe por não se concretizar por falta de verbas.

"Temos receio de chegar atrasadas [ao trabalho] e que depois nem volte a abrir, pode faltar o dinheiro", disse à agência Lusa Amélia, que integra um grupo de amigas surgido durante os percursos.

As suas companheiras de viagem, Matilde e Zélia, expressaram o mesmo temor.

Isilda, outra utente, teme o "caos no trânsito" à chegada à cidade e duvida do prazo de dois anos previsto para o metro começar a funcionar.

"A partir de Janeiro será muito complicado. As pessoas vão passar a ir de carro", previu.

Categórico, João, um cidadão aposentado da Lousã que viaja ocasionalmente no ramal, defendeu que "a electrificação seria o ideal".

"Já não estarei cá quando isso [o metro] acontecer. A obra seria bem feita se não houvesse a necessidade de tirar os transportes habituais", vincou.

Para um outro utente, passageiro habitual do ramal, com a mudança da bitola (distância entre carris) implicada no sistema "estão a fechar as portas do mundo" à actual linha.

"A linha da Lousã só precisava de electrificação e de locomotivas novas e ficava na metade do custo", sublinhou, antecipando igualmente problemas na chegada a Coimbra.

Apesar de apreensiva em relação ao cumprimento de horários com os autocarros, Cristina, que viaja habitualmente com um grupo de amigas também formado durante os trajectos, antecipou vantagens no metro, em termos de segurança e conforto.

Para muitos, a derradeira viagem nos comboios a diesel no troço entre Serpins e Miranda cumpriu-se hoje, dia menos lotado do que o habitual devido à ponte proporcionada pelo feriado de terça-feira.

"É a última viagem, faz pena", confessou Cecília, outra utente.

Entretanto, a Metro Mondego e a CP convidam as pessoas a realizar terça-feira, gratuitamente, a que será a última viagem completa no ramal entre Coimbra Parque e Serpins.



Luís Moreira



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