31 março 2010

News Release 1780 : "Pare, Escute, Olhe" estreia em Abril


Faro [Portugal], 31.03.2010, Semana 14, quarta-feira, 12:29

Com cortesia, editamos na íntegra, notícia do Jornal de Notícias, publicada hoje na sua página electrónica na internet, com informação ferroviária relevante.

O documentário "Pare, Escute, Olhe" (2009), do realizador Jorge Pelicano, premiado nos festivais DocLisboa e Cine Eco no ano passado, vai estrear nas salas de cinema nacionais a 8 de Abril. É um retrato do isolamento das pequenas povoações de Trás-os-Montes.

"Pare, Escute, Olhe" estreou em Outubro do ano passado nos festivais DocLisboa, onde conquistou os prémios de Melhor Documentário Português e de Melhor Montagem, e também no Cine Eco, em Seia, onde arrecadou o Grande Prémio do Ambiente, Grande Prémio da Lusofonia, e Prémio Especial da Juventude.

O rio Tua nasce a cerca de dois quilómetros acima da cidade de Mirandela, na junção dos rios Rabaçal e Tuela, e a linha ferroviária do Tua ligava inicialmente a foz à cidade de Bragança.

A ligação entre Bragança e Mirandela foi desactivada em Dezembro de 1991, e o realizador quis mostrar como "essa sentença acentuou as assimetrias entre o litoral e o interior de Portugal", como explicou pouco antes da estreia.

O documentário mostra as sucessivas promessas políticas para o apoio ao desenvolvimento da região, o mau estado da linha ferroviária, os acidentes, e a vida das populações locais servidas pelo centenário caminho de ferro.

No filme, o realizador mostra aspectos da vida de algumas pessoas que dependem directamente da linha ferroviário do Tua, como Fernanda, que vive numa estação abandonada, Berta, utilizadora frequente do comboio para ir ao médico ou comprar comida, ou Abílio Ovilheiro, ex ferroviário, que vive numa estação ainda activa.

Também surgem no filme Pedro Couteiro, activista e um acérrimo defensor dos rios e o escritor transmontano Jorge Laiginhas.

O filme "é uma reflexão sobre o despovoamento e desertificação" provocados pelo encerramento progressivo da linha ferroviária do Tua, no distrito de Bragança.

Concluído em 2009, o filme - criado pelo mesmo realizador do também premiado documentário "Ainda há pastores?" (2005) - tem como objectivo "pôr o tema do Tua na ordem do dia" porque "o documentário pode ser uma arma que mostra as situações que não estão na ordem do dia, para que as pessoas passem a refletir sobre elas".

Para Jorge Pelicano, este filme é "uma metáfora" para o despovoamento e a desertificação do interior do país: "As linhas são encerradas porque as pessoas se vão embora".



Paulo Almeida



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