17 abril 2010

News Release 1898 : Obras paradas da linha férrea inquietam edis


Faro [Portugal], 17.04.2010, Semana 16, sábado, 11:10

Com cortesia, editamos na íntegra, notícia do Jornal de Notícias, publicada hoje na sua página electrónica na internet, com informação ferroviária relevante.

Os autarcas dos concelhos servidos pela Linha do Corgo estão preocupados. As obras de remodelação da via estão paradas e não sabem quando vão recomeçar. Foram a Lisboa fazer perguntas ao Governo, mas não trouxeram respostas que os sosseguem.

A via-férrea que liga Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião e Vila Real deveria reabrir até ao final de 2010. A promessa foi feita em Julho do ano passado, pela anterior secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, durante a cerimónia de consignação da primeira fase das obras, em Vila Real, onde também anunciou que a empreitada iria custar 23,4 milhões de euros.

A primeira fase está concluída desde o fim do ano passado. Ao longo dos 26 quilómetros da via foram levantados os carris e travessas, bem como corrigida e beneficiada a plataforma. As seguintes fases, sem data para começar, prevêem a colocação dos novos carris e travessas, e a beneficiação de estações e apeadeiros.

Sem ver andamento nas obras e com os meses a passar, os presidentes das câmaras da Régua, Santa Marta e Vila Real puseram-se a caminho da capital e pediram boas-novas ao secretário de Estado dos Transportes, Carlos Correia Fonseca. "Viemos quase como fomos e até cheguei um pouco triste", lamentou-se o autarca penaguiota, Francisco Ribeiro, perante a única promessa do governante, de que se iria inteirar do assunto e em breve os poria a par da situação.

Se da tutela não houve qualquer informação que sossegasse os autarcas, da Refer o JN ainda não conseguiu obter qualquer resposta sobre a situação das obras e o seu futuro. Os presidentes de Câmara vão agora tentar bater também à porta da Refer e da CP para ver se de lá vem alguma informação. E vão pedir ao governador civil de Vila Real para que se empenhe no processo, não estando fora de hipótese pedir uma reunião com o ministro das Obras Públicas.

Francisco Ribeiro deixa claras duas coisas. Primeiro: "Não andamos aqui a brincar". Segundo: "Há um compromisso com as populações e não abdicamos dele". Lembra que o Governo ficou de os informar sobre o andamento das obras e de criar uma comissão de acompanhamento, da qual fariam parte os autarcas, e "nada foi feito". Daí a reunião em Lisboa. "Infelizmente nada nos disseram".

E é o silêncio que mais parece incomodar os autarcas, pois estando há anos nestes cargos, sabem que, às vezes, quando dependem de várias vontades, os prazos são difíceis de cumprir. "No entanto, não vamos calar-nos e estaremos atentos, na defesa intransigente dos nossos interesses. Se os responsáveis do Governo disseram à nossa frente que aquilo é para andar, agora não terei cara para dizer ao povo o contrário. Espero que a honestidade não seja posta em causa". É assim, peremptório, que Francisco Ribeiro aceita que a actual situação económica do país manda apertar o cinto, porém, nota que "esperar mais um mês ou mais meio ano não é a mesma coisa que esperar o resto da vida".


Paulo Almeida



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