10 maio 2010

News Release 2025 : Mendonça quer contentores na linha UIC Poceirão-Caia


Faro [Portugal], 10.05.2010, Semana 20, segunda-feira, 16:19

Com cortesia, editamos na íntegra, notícia dos media, com informação ferroviária relevante.

Fonte: Cargo Edições
Autor: Redacção
Data: Hoje

O facto de haver linha UIC (conhecida em Portugal por TGV) até ao Poceirão, pode vir a ser “a escrita direita por linhas tortas” do projeto ferroviário que tanta polémica suscita: António Mendonça anunciou, em entrevista à TVI, no sábado à noite, que a simples acção de se colocar um comboio de mercadorias a circular naquela linha – tornando-a mista, aproveitando o facto de, para passageiros, não ser sustentável economicamente, ainda menos ao ficar-se pelo Poceirão – permite, de uma penada, levar um contentor até Madrid pela “pechincha” de 95 euros, contra os actuais 375 euros que um camião cobra pelo mesmo trajeto.

Esta revelação, vinda da boca de quem vem, recentra a questão da ligação dos portos de Lisboa, Setúbal e Sines a Madrid, ao torná-la efectivamente competitiva. Para os mais distraídos, ou os que nunca puderam cruzar todos os dados desta equação, convém recordar que a solução que (ainda) está na mesa condena os nossos portos do centro e sul a percentagens apenas marginais de um tráfego que vale, por ano, cerca de 700 mil teu, tantos quantos a capital espanhola importa anualmente. E isto porque a solução negociada com Espanha obriga a um desvio para sul, após a passagem da fronteira do Caia, em direcção ao entroncamento ferroviário de Puertollano, que vem de Algeciras, o que eleva a distância total a percorrer em mais 100 km (!) que o actual percurso.

Fosse por distração, fosse por falta de informação, o certo é que os negociadores portugueses não viram mal em aceitar a proposta espanhola, que prevê a desactivação do ramal de Cáceres. Sem cuidarem que, dessa forma, estavam a condenar tanto o transporte ferroviário de mercadorias entre Portugal e Espanha (salvo para as zonas raianas da Andaluzia, e uma pequena parte do Levante), como a extensão do hinterland portuário de Lisboa, Setúbal e Sines à capital espanhola, que é o grande trunfo dos portos atlânticos.


Luís Moreira


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