28 março 2010

News Release 1765 : REFER fecha acesso a ponte ferroviária desactivada


Faro [Portugal], 28.03.2010, Semana 13, domingo, 21:10

Com cortesia, editamos na íntegra, notícia da Rádio Brigantia, publicada anteontem na sua página electrónica na internet, com informação ferroviária relevante.

A REFER vedou o acesso à antiga ponte ferroviária da Coxa, na cidade de Bragança, onde se presume que terá caído o homem que foi encontrado morto no rio Fervença, no início deste mês. Retirou também as tábuas de madeira que lá existiam a fazer de passadiço.

Os familiares da vítima e os moradores da zona asseguram que as pessoas continuam a utilizar a ponte como acesso pedonal e que com esta intervenção a travessia ficou mais perigosa.

No âmbito de um plano de inspecção às obras de arte situadas em troços desactivados, a REFER colocou, em 2004, barreiras para impedir a circulação pedonal na Ponte da Coxa. No entanto, elas acabaram por ser retiradas indevidamente ao mesmo tempo que foram colocadas tábuas de madeira para servir de passadiço.




Em comunicado enviado à nossa redacção, a REFER diz que é alheia a esta situação e recentemente recolocou barreiras de impedimento à circulação pedonal e sinalética de proibição de passagem.

Apesar desta intervenção, há quem continue a atravessar a ponte a pé. A destreza dos mais idosos é que já não permite grandes aventuras e vêem-se obrigados a percorrer uma distância maior.

“Eu tenho uma égua e vou prende-la ali àquelas terras que as trago à renda e passo sempre aqui mesmo para ir trabalhar” refere Carlos Augusto. “Eu passo aqui quatro a seis vezes por dia, mesmo depois de terem feito isto, não vou dar a volta” acrescenta.

Já para Maria dos Anjos, de 71 anos, este “era um acesso para ir à farmácia e para ir ao pão que é aqui a um passo. Atravessava aqui e era rápido que chegava lá e agora não posso, tenho de ir a dar a volta e fazer sete quilómetros a pé que eu não tenho carro”.

O irmão do homem que terá caído na ponte, considera que o perigo é agora maior. “As pessoas passam igual, crianças e adultos, e isto assim ainda ficou pior, porque a gente que tinha de passar, passa igual” refere João Granadeiro, salientando que “a situação piorou porque quando tinha a madeira, a gente ainda passava bem, mas agora ficou muito perigoso”.

Face à necessidade da travessia, a população sugere que sejam colocadas chapas na estrutura para construir um passadiço mais seguro e prontifica-se a fazer a intervenção. “Da maneira que a estrutura está bem segura deviam aproveitar para chapear aquilo para toda a gente poder passar” sugere João Granadeiro. “Nem que nós tivéssemos de o fazer, a REFER tinha era de autorizar” avança Maria da Conceição Quintana, outra irmã da vítima. Carlos Augusto concorda com a ideia e diz que “se for preciso a população do bairro paga as chapas e eu tenho dois aparelhos de soldar e empresto-os”.

Teme-se agora que o local possa vir a ser palco de mais tragédias.


Créditos: Pela foto, agradecimento à Rádio Brigantia.


Paulo Almeida



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