09 maio 2010

News Release 2021 : TGV Lisboa-Madrid vai demorar mais de 3 horas


Faro [Portugal], 09.05.2010, Semana 19, domingo, 22:41

Com cortesia, editamos na íntegra, notícia dos media, com informação ferroviária relevante.

Fonte: Diário de Notícias
Autor: Redacção
Data: Hoje

Crise obriga linha de alta velocidade Lisboa-Madrid a parar fora da capital. A alternativa mais provável para trazer passageiros até Lisboa envolve a construção de uma rede convencional entre Poceirão e Setúbal, permitindo assim a ligação em comboio normal pela Ponte 25 de Abril.

A crise vai obrigar a linha de TGV Lisboa-Madrid a parar no Poceirão, freguesia da Marateca, concelho de Palmela. E os passageiros a seguirem para Lisboa num comboio expresso que passará pela ferrovia convencional porque a terceira travessia sobre o Tejo ficará em banho-maria. Isto apesar do concurso para o outro troço, que abrangia a terceira travessia sobre o Tejo, estar quase concluído e o relatório final do júri de apreciação das propostas já ter chegado às mãos do ministro das Obras Públicas, António Mendonça.

A hipótese alternativa agora em estudo é fazer uma ligação ferroviária, em linha convencional, entre Poceirão e Setúbal, para que os utentes do TGV Lisboa-Madrid possam depois seguir daquela cidade até à Avenida de Roma em Lisboa pela linha já existente que atravessa a Ponte 25 de Abril, apurou o DN junto de fontes ligadas ao projecto.

Uma solução provisória até que Portugal tenha dinheiro para construir o resto do projecto da Linha de Alta Velocidade integrando uma terceira ponte sobre o Tejo, cujo investimento rondaria, de acordo com as estimativas actuais, os 600 milhões de euros. Uma hipótese que o Ministério das Obras Públicas não comenta, apesar de o ministro António Mendonça já ter assumido ontem à noite, em entrevista à TVI, que a solução poderia passar pela 25 de Abril. A alternativa transitória não só fará derrapar os prazos de conclusão da obra para além de 2013, como implicará mais algum tempo de viagem para os futuros passageiros. A viagem Lisboa-Madrid passará a demorar pouco mais de três horas, segundo as estimativas de quem está a analisar esta solução, enquanto pelo projecto inicial demoraria 2 horas e 45 minutos.

Além disso, poderá obrigar o Estado a pagar indemnizações aos consórcios apurados para a fase final do concurso para o troço de TGV, que agora ficará à espera de melhores dias para ser construído. Precisamente a parte da obra em que os fundos comunitários seriam mais reduzidos, obrigando a maior financiamento junto da banca.

Já o contrato para a adjudicação da obra do troço de TGV Poceirão Caia, ou seja, da linha que chega à fronteira espanhola, foi assinado ontem, numa cerimónia que contou com a presença do ministro das Obras Públicas e onde o governante reafirmou o que José Sócrates já tinha dito sexta -feira ao final da noite em Bruxelas, ou seja, que era necessário adiar grandes investimentos públicos, como as obras do futuro aeroporto e a terceira travessia do Tejo.

O Chefe do Governo, que falou no final de uma cimeira de líderes da Zona Euro, disse que o compromisso assumido em Bruxelas naquele dia de reduzir o défice este ano para 7,3 por cento, em vez dos 8,3 previstos no Programa de Estabilidade e Crescimento, implicaria novas medidas, e uma delas seria aquela.

Tudo em vésperas de ser assinado o contrato para adjudicação do primeiro troço de TGV e ainda a tempo de evitar o impacto do resultado de uma reunião entre o Presidente da República, Cavaco Silva, com ex-ministro das Finanças, marcada para segunda-feira.

Quanto ao novo aeroporto, uma das hipóteses que está a ser estudada, tal como o DN avançou na sua edição de ontem, é a de construí-lo, mas com uma capacidade mais reduzida do que a prevista de 22 milhões de passageiros. Mas tudo dependerá de uma decisão de adjudicar a obra com ou sem privatização da ANA.


Paulo Almeida



Sem comentários:

Enviar um comentário

Edite a sua mensagem, de forma moderada e não utilize linguagem imprópria ou ofensiva, porque se utilizada e dirigida a pessoas ou instituições, será logo que detectada, imediatamente apagada e não são aceites comentários de pessoas anónimas. Não forneça os seus dados pessoais como telefone ou morada.