
Faro [Portugal], 08.05.2010, Semana 19, sábado, 19:55
Com cortesia, editamos na íntegra, notícia dos media, com informação ferroviária relevante.
Fonte: TVI 24
Autor: Redacção/Carlos Eanes
Data: Ontem
O Governo prevê que linha do TGV para Madrid atinja mais de nove milhões de passageiros por ano. Um número de viagens superior ao que hoje existe entre Paris e Londres e também entre as principais cidades espanholas. Esta previsão é um dos pontos mais polémicos do projecto do TGV, Lisboa ¿ Madrid.
A linha de alta velocidade Lisboa-Madrid passa a norte da cidade de Évora. Do lado português terá 203 quilómetros. A maioria do percurso, 437 quilómetros, fica em Espanha. Com estações garantidas em Mérida, Cáceres e Telavera de La Reina.
A nova ligação ferroviária servirá uma população de 2, 8 milhões de pessoas na grande Lisboa, 50 mil na região de Évora, um milhão na Extremadura espanhola e tem como principal mercado Madrid, região mais povoada da Península com mais de 6 milhões de pessoas.
A linha servirá uma população de referência de cerca de 10 milhões de pessoas. Mas a RAVE, empresa pública para a alta velocidade, prevê que venham a ocorrer 9 milhões e 300 mil viagens por ano.
A maioria das viagens, a confirmar-se a previsão da empresa portuguesa, será feita em território espanhol. 5, 7 milhões, o que corresponde a 61 por cento dos passageiros. Viagens internacionais não chegarão a 30 por cento: 2,7 milhões.
Em território nacional, entre Lisboa, Évora e Elvas a previsão fica-se pelas 820 mil viagens por ano, 9 por cento.
A RAVE acredita que a linha Madrid-Lisboa, que atravessa uma região com 10 milhões de pessoas atrairá 9 milhões e 300 mil passageiros por ano. A verdade é que a linha Madrid-Barcelona, que serve 15 milhões de pessoas com maior poder de compra, só gera, hoje, 5,7 milhões de viagens. E a linha Madrid-Málaga, para uma população de 9 milhões, não atinge os 2 milhões de viagens.
Os especialistas consultados pela TVI lembram: nem o comboio entre Paris e Londres, que só demora duas horas, atinge 9 milhões e meios de passageiros. Para eles, o investimento no TGV só faria sentido se ligássemos os portos de mar de Setúbal e Sines à rede europeia de mercadorias, mas isso não está previsto no projecto do governo.

Paulo Almeida


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