08 maio 2010

News Release 2012 : A Semana do Zé Povinho


Faro [Portugal], 08.05.2010, Semana 19, sábado, 21:10

Com cortesia, editamos na íntegra, notícia dos media, com informação ferroviária relevante.

Fonte: Gazeta das Caldas
Autor: Redacção
Data: Ontem

Zé Povinho, apesar de não ser muito beato, tal como o seu criador, contudo sensibiliza-se com as visitas do mais alto dignatário da Igreja Católica e Apostólica Romana.

Mesmo tendo sido, porfiadas vezes, mordaz em relação à hierarquia e a alguns dos seus protagonistas, bem representado nalgumas figuras de movimento como o padre e o sacristão, Zé Povinho acha muito prestigiante que tenha sido uma empresa caldense e um artista-técnico que reside nas Caldas os escolhidos para executarem a pomba em porcelana concebida pelo mais prestigiado arquitecto e designer português, Siza Vieira.

É significativo que se oiça e veja nos principais meios de comunicação social portuguesa que foi nas Caldas que se realizou a peça em porcelana para o Papa, quando outras cidades são bem mais conhecidas na fabricação desse material.

Foi mesmo do Arq. Siza Vieira que se ouviu na televisão o principal elogio à perfeição do trabalho realizado nas Caldas da Rainha, pelo principal criativo da empresa Braz Gil Studio, Pedro Gil.

Por tudo isso, Zé Povinho não pode deixar de o destacar nesta obra realizada em prazo tão apertado, desejando que em breve abra as portas o seu Jardim d´Artes para se poder visitar a panóplia de peças criadas ou realizadas por aquela empresa.

O distinto economista Eduardo Catroga, que foi também ministro das Finanças de Cavaco Silva, afirmou no início desta semana que "no conceito de serviço público não encaixa o financiamento pelos contribuintes de um Ferrari ferroviário para Madrid, isto é, de um comboio de alta velocidade, mas sim de um comboio normal". E por essa razão iria reunir com Presidente da República, que também não simpatiza com o TGV, para reforçar juntamente com outros ex-ministros, o lobby dos que estão contra este projecto.

Ora chamar “Ferrari ferroviário” a um modo de transporte que é hoje habitual para milhões de europeus, que faz parte do quotidiano de muitos milhares de franceses, espanhóis, alemães, belgas, ingleses, holandeses e italianos, revela que o Dr. Eduardo Catroga não conhece, nitidamente, do que está a falar e que continua agarrado ao viciozinho bem português de andar de carro ou de avião para todo o lado.

Como economista que é, deveria saber que todas as linhas de alta velocidade se revelaram um êxito do ponto de vista comercial, excedendo, na maioria dos casos, a procura prevista, quer pela transferência de mercado de outros modos de transporte, quer pela própria procura que o TGV induziu. Mais: a sua articulação com o comboio convencional fez disparar o número de utilizadores do modo ferroviário, que todos sabem ser mais sustentável do ponto de vista ambiental, mais rápido e mais seguro.

O Dr. Catroga chama, pois, um luxo aquilo que é o transporte do século XXI. Não sabe do que fala. Zé Povinho fica à espera de o ouvir demonstrar idênticas preocupações com as “pistas de fórmula 1” que Portugal tem construído excessivamente desde os tempos do seu colega de governo, Ferreira do Amaral, e que agora também continuam em alta. Ou será que as auto-estradas, pagas por todos, mesmo em regiões com pouca procura, já não constituem uma ameaça para as finanças públicas?


Paulo Almeida



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